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Mostrando postagens de junho, 2018

Ficar ou partir...

Não sei o que pensar, não sei o que fazer, o que me resta é caminhar mas...não me apetece caminhar pois ao caminhar o pensamento esvoaça no mesmo sentido. Não sei se é o sentido que eu quero, nem sei se é o pensamento que eu quero. Estou perdido entre uma caminhada e um pensamento. Não sei se não, mas quero pensar que sim. Não é fácil acompanhar, um pensamento magoado à partida, pensei em sentar-me e deixar fluir tudo mas, esse tudo magoa, e não existe nada mais forte que o pensamento que consegue infligir dor. Apenas consigo partilhar essa dor com a minha caminhada mas, estarás tu a pensar na dor que me corrói?? Estou preso numa espécie de gaiola sem grades, porque não solto esta corrente e simplesmente vou? Não é fácil, não é de resposta direta de certeza infinita!!! Quero apenas ficar aqui, fechar os olhos e não dizer nada, não sentir nada, quero apenas ficar aqui...

Espaço...

Quando sentes o teu espaço invadido, quando sentes que quase respiram por ti, que caminhas numa rua tão estreita que o teu olhar roça nas paredes! Não é fácil pedir para seres tu, para víveres contigo. Todos te olham mas ninguém te observa, custas a respirar, tens dificuldade em caminhar, não é fácil, não seres tu dentro de ti. Olhas para o oceano, que te guia ao infinito, as ondas respondem ao teu chamamento, e borbulham numa dança repetitiva, de sucessivos olás e adeus. Queres mais que isso, queres sentir, que fazes parte daquele oceano, que podes envolver o teu corpo nu nas ondas, e cair na areia, que se quiseres podes ficar ali para sempre, tu o mar, o mar e tu!! Não vale a pena resistir ao chamamento do mar, o mar que é vida, o mar que te leva e te liberta de sentimentos confusos, que te trás de volta e te faz sorrir, abraçada à areia fina. Caminho pelas ruas, estreitas com a outra metade do meu ser, com as mãos tremolas e o pensamento vazio, despojado de tudo, ou quase tudo

Conversas...

Conversa a 2 I A Dois Olá estás triste??? Não posso ver os teus olhos, nem sentir a tua respiração mas...a forma como passas e repassas tudo o que consegues ver, diz-me que apenas estás aqui porque não consegues estar onde querias. Estás só apesar de teres companhia na divisão ao lado, precisas de falar de gritar e não o fazes. Não o fazes porque estás fechada dentro de ti, como um pequeno armário e o pior, é que procuras diariamente a chave e não a encontras. Vai fazer um chá, para mim pode ser de limão com mel, se não tiveres não faz mal, tráz um copo de água. Agora senta-te e olha para os meus olhos, eles não vão a nenhum lado sem os teus e podes começar a falar. Eu sei que não é fácil, pois não nos conhecemos de lado nenhum. Mas eu sei que tens estado desse lado, sei que os meus textos te fazem chorar, sei que pensas que eu sofro, pela maneira como as minhas palavras se unem em textos um pouco tristes mas não, muitas das vezes estou a pensar em ti e no teu sofrime

O teu olhar

Quando vi o teu olhar, o meu pensamento viajou pelos quatro cantos do mundo. Dizia tanto sem falar, sem tocar, sem abraçar. Como é possível sentir tanto em tão pouco tempo, a raiz que nos faz ficar e sentir embalados pelo nada que é tudo. Olho vezes sem conta e aprecio o teu olhar, tento invadi-lo mas tu não deixas, aquele olhar é teu, és tu, tu e o meu desejo pela posse de um segundo do teu olhar. Posso tentar contar-te uma histórias de infância sobre duas crianças, que sem o dizer prometeram amar-se para sempre, apenas com um olhar. Posso contar-te uma história de dois velhinhos, que no leito da morte, se despediram sem palavras, apenas com um olhar. Posso contar-te uma história que o vento levou numa garrafa de vidro, sobre dois amantes que da última vez que cruzaram o seu olhar, disseram que era para sempre, posso contar-te uma história sobre o teu olhar, sobre o efeito que ele tem sobre mim, mas... tu não fazes parte da minha história, apenas fico com uma coisa... O teu olhar!!!

Adeus...

Quando abri os olhos a imagem era turva mas, tu estavas lá mais umas vinte caras que eu conhecia. Parecias triste outros sorriam, alguns olhavam no vazio o ambiente era pesado, não existiam crianças a brincar, nem cães a ladrar, o cheiro era estranho estava com dificuldade em perceber o que se estava a passar, as imagens continuavam turvas. Via ao longe mais uns quantos vultos desfocados mas ao mesmo tempo conhecidos, seria mais uma das minhas muitas reuniões? Ao fundo ouvia um grupo a contar anedotas, mas sempre com umas lágrimas como pano de fundo, quando comecei a olhar mais perto dois vultos contavam uma história que me era conhecida, tu continuavas ali sempre sem olhar ou falar para mim. Eu apenas estava ali sem perceber, sem sentir, sem falar, apenas estava ali a observar. Lá fora chu via como se o mundo fosse acabar, entravam algumas pessoas, elegantes mas... tristes, não conseguia perceber o motivo de tanta tristeza seria pela chuva, ou pela ausência de sol. Voltas e volt

Tropecei...

Cai...tropecei nas sessenta e quatro lágrimas que construíram as escadas da tristeza do meu coração, não me doí nada por fora pois estou destruída por dentro, tenho medo de me afogar na minha dor, tenho medo de me perder de deixar de sonhar. Olho para o céu e chego a pedir que um anjo me abrace, e me leve pois sinto que não pertenço aqui, dentro de mim apenas cinzas daquilo que já fui, dos sorrisos das gargalhadas, dos amigos, dos amores. Sou agua, sou fumo, sou um volume que apenas ocupa espaço. Na rua vejo os sem abrigo, e não vejo diferença entre eles e aquilo que eu sou, ambos somos trapos de uma vida passada, ambos somos nada!!!! No parapeito da janela um pombo olha para mim, como se me quisesse dizer algo, tento chegar junto dele partilhando as minhas ultimas migalhas, ele voou para minha mão e aninhou-se, fechou os olhos e ali ficou até eu ter a minha mão como o resto de mim, dormente, ao tentar fazer passar o resto do meu sangue por entre os dedos ele voou, conseguiu arranc