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Refém de mim...

Sinto-me um pouco perdida, os sentimentos atropelam-se dentro de mim. A vida seca como um rio, os sonhos vão passando, como uma leve brisa, eu, estou aqui a pensar onde hei-de estar, não sei se estou mesmo a pensar ou a sonhar que penso.
Não é fácil desmultiplicar o que não é multiplicável, não é fácil fazer equações quando não temos elementos para lá colocar.
Apenas sei que esta vida não é a que quero viver, amo quem me rodeia mais que a mim própria, alimento-me para preencher o vazio que existe dentro de mim. Dou por mim a pensar no significado da palavra vazio, e vejo que estou rodeada de vida que não vivo, de sonhos que anseiam ser vividos comigo.
Roubo tempo ao tempo mas, o tempo não para, e faz com que não aproveite, as pequenas brechas de alegria que ele me dá.
As raízes estão a crescer e a transformar-se em duas lindas árvores, que brevemente começarão a florir e a criar as suas próprias raízes. A vida é curta, uma passagem mesquinha, entre ruas e ruelas, de terra batida ou calçada, em que eu tenho que começar a dar os primeiros passos, para achar um rumo, um sentido, para deixar de andar perdida...

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