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Longe demais...

Chuvia, as minhas pernas cansadas ainda pendiam e tropeçavam uma nas dificuldades da outra. As pedras pareciam ter vida, os seus braços agarravam os meus pés, e cada passo era uma luta igual àquela que eu travava com os meus pensamentos.
A minha vida estava mais emaranhada que a mais complexa teia de aranha, não conseguia pensar uma simples sequência de lembranças que me fizessem sorrir. A pouco e pouco alguns metros de rua iam ficando para trás.
Não queria estar ali, a ser alimentada pelos sorrisos, pelas palavras vazias, pelas sequências intermináveis de palavras tolas de um parvo qualquer.
Não posso esconder o sentimento forte que me prende, tento lutar para as lágrimas não caírem em trambolhões dos meus olhos que teimam em não desviar dos olhos dele.
Não sei o que me prende aqui, não sei ou tento acreditar que não sei. O meu coração, sim esse tolo, que se apaixonou pelo coração errado, um coração que não caminha sozinho, um coração bonito, amigo mas, tolo.
Digo tolo porque me farto de o tentar acordar, para que ele sinta o amor que brota pelos poros do meu corpo.
Digo tolo porque quero acreditar que ele sente o mesmo mas foge de mim, como o diabo da cruz.
Digo tolo porque eu vou partir e não vou olhar para trás, digo tolo porque sei que ele vai sofrer.
Depois, depois não sei, porque apesar da dificuldade em caminhar, já estou longe demais!!!

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