Estou aqui sentado, a noite está fria, um frio que não me é estranho. Um frio que me acolhe, me aconchega que me deixa embriagado, num mar de sentimentos!! Sentimentos de um passado recente, de um bando de miúdos desnorteados e embebidos em sonhos de um passado esquecido, um presente ausente e um futuro inseguro. As pedras da calçada, aí as pedras da calçada, como eu gosto de ouvir as suas histórias, os seus lamentos, as suas alegrias. Muitas delas a transbordar em gargalhadas sentidas, outras vezes lavadas por mares de lágrimas. Mas...eu gosto de estar aqui longe de tudo e de todos apenas com elas, amigas de uns tempos, confidentes de agora. Cada uma delas tem um nome, Francisco, Melro, Brálio, Baião, Lena, Cláudia, Teresa, Guida, Toninho, Zeca, Manuela, Belbute... Nenhuma delas abalou, e apesar do tempo, todas estão iguais com o mesmo sorriso e a ocupar o mesmo espaço, como eu gosto das abraçar com o olhar. Um olhar de saudade, de desejo, de tempo que nunca mais volta. Estão...
Viaje através de sentimentos perdidos no seu interior...